E alma leve...
Doces bobos
Que adormecem entorpecidos
Na delicada ilusão
Da trama macia e perfeita,
Do amor...
Quem só mentiras
Nessa viagem amorosa
Somou,
Compreende a amargura e verdade
Dessas palavras duras
Que me escapam e navalham
Tanto o peito
Quanto os lábios...
Na dor,
O sorriso incolor,
Do almejo, mesmo que traiçoeiro,
Do amor...
Nada restou
Só o hálito insípido do tempo
Que insiste em perturbar meu leito...
E derramar em meu sono
Seu desalento,
Mantendo me em doce tormento...
Em sonhos coloridos
E delicados,
Relembrando-me
Do teu toque mais recente
Que mesmo ausente
Alimenta minha imaginação...
Sussurros teus
Murmúrios mornos
Abarrotados como os lençóis
Sustentavam-me aquecida
Nas noites frias
No mundo gelado...
Recosto minha cabeça
E perco meu olhar no infinito...
Meu peito,
Que amou mais uma vez,
Agora se encontra vazio...
Meus braços pendem
E desfaleço exausta
Ainda almejando
Que aquele doce aroma
Volte, algum dia e preencha
A valsa alegre
Que montei pra você...