Uma Valsa para Dois

Poemas... Às vezes doces, às vezes ácidos e noturnos. Mas são pedaços meus que empresto ao papel e letras... Pedaços do meu montante de romântica e apaixonada, da amante inveterada que nutro a cada dia...<<<>>> "Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, é a força e a graça na simplicidade." (Olavo Bilac - A um poeta)

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Local: Florianópolis, SC, Brazil

Poeta, Cinéfila. Psicóloga e Mãe! Pessoa sonhadora, doce e Feliz! Chegada numa Guinness e numa Dunkel (ambas cervejas escuras e Amargas \o/)

quarta-feira, abril 21, 2010

Poema para uma noite escura.

... E eu venho falar da profunda fome que me assola,
rouba meu sono e meu sonhos mais preciosos.
... Ela me açoita como a um escravo sem futuro, sem rumo, perdido.


Sinto a alma devastada, num vazio no peito,
assim tão longe te mantenho intocado, isolado. 
Assim me arrasto faminta e desolada.
Imploro por comida e clemência, 
mas ela insiste em me cortar profundamente a carne,
como se te procurasse sob a minha pele morna.


Então entre suspiros e gemidos,
tenta escoar de mim tuas memórias,
minha riqueza absoluta, meu prazer, minha vida.
Rolo pelos lençóis,
tentando fazer deles ataduras para minhas feridas mais puras,
tingindo o branco alvo de vermelho paixão.


Derrubo vinho e lágrimas
minha boca trêmula não cansa de chamar teu nome,
implorando sem fim por um fiapo de atenção.
Ah, quem há de enxergar um coração que sangra quieto,
olhos que gritam em silêncio,
uma boca fria, amargurada por prazer....

quarta-feira, abril 07, 2010

Escuro... Sereno. Noturno.

 Dos extremos da separação,
anos inteiros longos em décadas, afastados.

Cada gota de meu sangue ainda vibra,
com cada lembrança tua.

O arrepio do teu perfume,
do prazer de percorrer o teu pescoço,
em uma viagem infinta em sabor.

Passeio com a memória pelos teus cabelos escuros,
como se meus dedos ainda estivessem ali,
presos no passado saudoso do teu toque.

E, ainda sorrio, ao ver tão perto,
teu sorriso sonolento,
o café preto, teu roupão,
todos os restos de fome sobre a mesa e sobre a cama amassada.

E os teus dedos tamborilando paixão,
desenhando caminhos pela minha pele que
hoje são feridas que nunca curaram.
Latejam de febre e saudade.
Doem de frio,
morrem de fome.

Assim por anos na tua ausência dourada,
me sobram fotos, meias mensagens e dor.

Algumas cervejas e copos vazios
e nada de ti...
Apenas nuances de alguém que viveu só em mim.