Uma Valsa para Dois

Poemas... Às vezes doces, às vezes ácidos e noturnos. Mas são pedaços meus que empresto ao papel e letras... Pedaços do meu montante de romântica e apaixonada, da amante inveterada que nutro a cada dia...<<<>>> "Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, é a força e a graça na simplicidade." (Olavo Bilac - A um poeta)

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Local: Florianópolis, SC, Brazil

Poeta, Cinéfila. Psicóloga e Mãe! Pessoa sonhadora, doce e Feliz! Chegada numa Guinness e numa Dunkel (ambas cervejas escuras e Amargas \o/)

sexta-feira, julho 06, 2012

Sigo ferida...


Os anos passam e
meu peito abre em ferida de tempos em tempos.
Uma chama perseverante,
aquele tipo de pensamento que te toma de assalto
em cada noite que te pegas sozinho, pensando...
Um momento passageiro, mas frustrante.
Aquele em que meu sorriso transpassa teus sentidos
e confunde a tua memória...
Um segundo sedutor e provocante,
de calor e de fúria,
de um passado sem presente.
De tudo que se perde por não poder ser.
Em vão, tentas arejar essa bobagem de alguém que sequer te marcou...
'-Tola, mal tocou meus pensamentos e acha que roubou meu coração?'
'-Cada toque foi apenas mais um de tantos,
e em todas as mentiras que te contei, explodiras em sorrisos
enquanto eu gargalhava em segredo.'
'- O quão prepotente pode ser essa pequena aparição em minha história toda?'
'- Se fazendo assim, como uma miragem em minha mente,
me açoitando enquanto estou tomado pelo vinho...'
'- Deixe-me!'
'- Foste apenas mais uma que não me abandona,
com esse olhos verdes vítreos e marejados
que faiscavam ao me encarar.'
'- Mal pude pensar em te amar!'
'- Mas você me persegue em meus momentos quietos, cantando minhas canções favoritas
Queimando-me com seus beijos e deixando em brasa meu coração solitário.'
Espanta-me em gritos quietos,
Esmurrando a mesa e gotejando o café puro,
tentando se desvincilhar de meu rosto estampado em minha retina...
E te recordas do meu toque
e toda agonia te abraça...
Enche mais uma taça e brinda a solidão, mas eu continuo ali e aqui,
cativa em teu coração.

quarta-feira, setembro 14, 2011

Fome.

Amargurada fome.
Toda sorte de fome.
Daquela que asfixia,
insana por satisfação.
Corrompida pelos teus olhares furtivos.
Lascivo amor,
pelo castanho furioso dos teus olhos mentirosos.

Ah, promessas.
Tuas impalpáveis promessas vazias.
Amor de conteúdo inexistente,
de sustento irreal.
De onde vem o que te provém?

quarta-feira, abril 21, 2010

Poema para uma noite escura.

... E eu venho falar da profunda fome que me assola,
rouba meu sono e meu sonhos mais preciosos.
... Ela me açoita como a um escravo sem futuro, sem rumo, perdido.


Sinto a alma devastada, num vazio no peito,
assim tão longe te mantenho intocado, isolado. 
Assim me arrasto faminta e desolada.
Imploro por comida e clemência, 
mas ela insiste em me cortar profundamente a carne,
como se te procurasse sob a minha pele morna.


Então entre suspiros e gemidos,
tenta escoar de mim tuas memórias,
minha riqueza absoluta, meu prazer, minha vida.
Rolo pelos lençóis,
tentando fazer deles ataduras para minhas feridas mais puras,
tingindo o branco alvo de vermelho paixão.


Derrubo vinho e lágrimas
minha boca trêmula não cansa de chamar teu nome,
implorando sem fim por um fiapo de atenção.
Ah, quem há de enxergar um coração que sangra quieto,
olhos que gritam em silêncio,
uma boca fria, amargurada por prazer....

quarta-feira, abril 07, 2010

Escuro... Sereno. Noturno.

 Dos extremos da separação,
anos inteiros longos em décadas, afastados.

Cada gota de meu sangue ainda vibra,
com cada lembrança tua.

O arrepio do teu perfume,
do prazer de percorrer o teu pescoço,
em uma viagem infinta em sabor.

Passeio com a memória pelos teus cabelos escuros,
como se meus dedos ainda estivessem ali,
presos no passado saudoso do teu toque.

E, ainda sorrio, ao ver tão perto,
teu sorriso sonolento,
o café preto, teu roupão,
todos os restos de fome sobre a mesa e sobre a cama amassada.

E os teus dedos tamborilando paixão,
desenhando caminhos pela minha pele que
hoje são feridas que nunca curaram.
Latejam de febre e saudade.
Doem de frio,
morrem de fome.

Assim por anos na tua ausência dourada,
me sobram fotos, meias mensagens e dor.

Algumas cervejas e copos vazios
e nada de ti...
Apenas nuances de alguém que viveu só em mim.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Nada é o que parece.
Nada é tão raso ou tão profundo que não possa ser acessado.
Escondido em olhos de cordeiro pode estar o mais sagaz dos predadores.
Nada é o que parece.
Tudo e nada provocam a sede, a fúria e a caça.
Nada e tudo convida ao deleite.
Brinda ao excesso.
Em um passo em falso, uma garganta é atravessada.

---

Invariavelmente uma parte deseja o sangue. Alguma tomada pelo vício.
Alguma pura. Neve.
Doçura manchada de carmim. Delírio. Tortura.
Nada de nada é o que parecer ser.
Nem uma folha honesta de jornal pela manhã, que carregada de tinta e chumbo, tinge os dedos de um negro esfumaçado.
Traz a notícia. Leva a paz.

----

E novamente nada é o que parece. Tudo dança. Tudo muda.
Do amor de anos a paixão recente. Toda dor. Toda matança.

sábado, janeiro 17, 2009

O Barulho do silêncio ensurdecedor...

O que falta e o que fica, na beleza das palavras...
Pequenas coisas esquecidas do dia a dia, da doçura ao bom dia.
Alma delicada, sensível demais... Poeta e chorosa.
Incontrolável e apaixonada.
Clama por uma violenta e soberba força que a impulsiona.
Comove os dedos... rasga a carne.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Imcompletude

A tua lembrança infiltra-se nas minhas entranhas,
como uma doce onda de arrepios,
numa comoção arrebatadora de saudades.

Teu cheiro sob minha pele,
teu passado tatuado...
Nosso futuro ausente,
Teu gosto, minha boca...
Minha falta, tua distância.

Em todo pedaço meu, corre teu sangue misturado...
Uma orgia de sensações, numa confusão pulsante...

Desejo maçante, perigoso e entorpecente.
Arredio, irresistível...
Dilaceraria meu peito...

Ah, perderia minha alma por um beijo
furtivo e último,
como tantos que já quis roubar...

quinta-feira, maio 15, 2008

Uma taça de vinho generosa, um brinde a inspiração que volta... Safada que me abandonara a ano...

Imersa em uma profusa e sonolenta inquietude,
Esta de desejo e angústia, aquela que faz pulsar a carne.
Ah...Sim, esta é de poucas ventura e virtude.
Insólita e divertida, de você de mim.
Assim, como um dia de festa.
Aquele, recheado de rosas vermelhas e de orquídeas.
Eterno dia de espera.
Este dia que não chega.
Como aquela esperada Verdade que não acontece,

Homenagem as salvantes taças de vinhos nas noites solitárias...

Inebriante mistura de ar e vinho...
Tortura delicada...
Escorregadia como seda fria, confortante como beijo quente.
Bocas, como portas da vida...
Ao sopro do amor, que na maioria das vezes inicia faltante e segue pulsante mesmo que em nada finde e em tudo acabe. Mesmo que nunca começe.

segunda-feira, novembro 27, 2006


No torrado sabor de saudade café

Beberico pequenas doses de ti

Algumas com mais licor

Outras tantas mais puras

Porém definitivamente

Em todas elas vi o teu sorriso...

E ao final da xícara

O pó negro e perfumado

Desenha teu rosto

Na minha imaginação carente

E me vejo contente

Tomada por teus beijos...

Emprestando ao amargo

Da triste e amiga saudade,

O doce sabor do amor...



quinta-feira, setembro 14, 2006


Em doce alento
Talvez pueril encanto
Em dança suave
Deslizando nas sedutoras formas do caos

Vejo teus olhos refletidos no espelho
Tua respiração traiçoeira
Toda tua virtude
E toda a meia verdade
Em toda extensa palavra
Na exatidão da conversa sincera
E no descompasso do teu coração...

E me sinto caindo...
Despencando a esmo
Imersa em fantasias concretas
E quase todo o tempo, etéreas...
Quase toda hora, incertas
Sem recurso ou uso
Só esperança querida...
Só cerveja bebida...

...

...o ar gelado da noite,

castiga ainda mais o meu pescoço,

já torto de dormir errado,

esperando por promessas...

Aquele amor ecoa no peito

e como grita toda a noite,

deixando-me insone e amarga.

Se tanto reclamas,

há de algo se fazer...

"'Bora passar a espada no peito?",

perguntaria algum nobre poeta.

"Ah, não! Vou expô-lo ao relento..."

e assim, com o hálito da manhã

ele certamente irá embora.

quarta-feira, setembro 13, 2006

...E deslizo minha boca sedenta...

E deslizo minha boca sedenta

No teu corpo pulsante e molhado...

Arranco-te suspiros

Percorro-te até as raias da loucura...

Junto ao meu, teu suor salgado...

Misturado à tua respiração faltante

Quase a deriva da morte...

Tão fadado...

Em brumas absorto...

Esse que é príncipe

Por mim enamorado

Meu mistério

Cavaleiro errante...

E nesse meu palácio de vidro

Aprisiono-te em gelo e sal...

Afogo-te em minhas lembranças

Amargo-me no teu fel...

Amor por ti dedico

Em meu maior devaneio

Minha maior desventura

Tortura eterna no peito

Traje vestal de loucura...

Vai-te embora!

Mendigo ultrajante...

Mentiroso pedante...

Amante pérfido...

Enterro-te nessa alcunha

Por impedimento de amor

Não são esses olhos amargos que te vêem

Mas os que sim, não em prestam...

Ah, destino...

Que me faz pouco caso...

Quisera eu ter flechado

Tal coração andante

Tal alma...

Naquele instante...

sexta-feira, agosto 11, 2006

Gelado Vento do Norte...

Num mundo irreal, mutante

Numa estrada de curvas tortas,

milhares de almas mortas

amores solitários e esquecidos,

repletos de ventos frios...

De um gelado sopro frio de saudade,

caminha perdido,

Fulgurante Cavaleiro Negro,

de cabelos desgrenhados pelo tempo,

coração de pedra,

espaço vazio...

Relembrando,

cavalga morno em seu desalento,

do perfume doce da fada

de sua brilhante Ninfa plumada,

do seu colo macio e quente

de entregar-se ao sussurro do seu nome já esquecido...

Agora se atira contra o ataque,

contra o gelado vento do Norte,

imerso no nada...

Observo-o da tina

turvando a calma água com minhas lágrimas,

sabendo que está tão longe

quanto não se pode tocar,

cavalgando trôpego em seu Vento Negro,

procurando salvação...

Estendo as mãos...

Abro as portas...

Vem...

Banqueteia meu coração,

que de tão seu, perdeu a noção

e aprendeu a amar a triste prisão,

que o mantém na falsa esperança

do retorno do Sol...

Doce tortura inebriante

um prazer que sufoca, estonteante...

Espalho-me sobre o leito,

tendo seu corpo ao meu lado,

laço-o num abraço apertado,

e com um beijo agoniado

trago-o de volta a vida...

Num gesto violento

do teu pulmão,

o sopro da vida

grita aliviado...

e sua cabeça pende

e desaba levemente

sobre meu peito cansado...

Ah!!! amor trapaceiro...

quase me fez acreditar que,

meu amor que dormia sorrateiro,

tinha partido

e se perdido no pesar...

domingo, julho 02, 2006

Procurei palavras
Marquei notas e escalas
E nessa canção que escrevi pra você
Faltaram-me rimas
Para explicar o sentimento
Que me comove a alma...

Tentei explicar...
Tentei demonstrar...
Falta-me agora
Gritar ou desenhar...

Mas que culpa tenho
Se só na arte das palavras
Faço algum alvoroço?

Ô moço bobo,
Pára de troça
E entra na valsa...
Arrisca um passo
Que nesse instante
Aprenderas a dançar...

sábado, julho 01, 2006

A brisa morna
dessa tarde preguiçosa
beija minha pele...

Visto-me de véus
e aconchego-me em sedas
refrescantes e macias...

Sinto o calor
tocar-me delicadamente
com sua pluma e arrepiar-me
num prazer infinito
até tremer-me os ossos...

Sinto tuas mãos passeando
sobre meu ventre
sinto tua respiração ofegante
e teu beijo gelado de querer
refrescando minha boca sedenta...

Cerro meus olhos e
em prece estremeço
com o prazer da tua voz
atravessando minha sanidade...

Aceito o golpe do destino
tendo meu corpo e alma
traídos pelo meu desejo...

sexta-feira, junho 30, 2006

Pobres tolos de coração partido
E alma leve...
Doces bobos
Que adormecem entorpecidos
Na delicada ilusão
Da trama macia e perfeita,
Do amor...

Quem só mentiras
Nessa viagem amorosa
Somou,
Compreende a amargura e verdade
Dessas palavras duras
Que me escapam e navalham
Tanto o peito
Quanto os lábios...

Na dor,
O sorriso incolor,
Do almejo, mesmo que traiçoeiro,
Do amor...

Nada restou
Só o hálito insípido do tempo
Que insiste em perturbar meu leito...
E derramar em meu sono
Seu desalento,
Mantendo me em doce tormento...
Em sonhos coloridos
E delicados,
Relembrando-me
Do teu toque mais recente
Que mesmo ausente
Alimenta minha imaginação...

Sussurros teus
Murmúrios mornos
Abarrotados como os lençóis
Sustentavam-me aquecida
Nas noites frias
No mundo gelado...
Recosto minha cabeça
E perco meu olhar no infinito...
Meu peito,
Que amou mais uma vez,
Agora se encontra vazio...
Meus braços pendem
E desfaleço exausta
Ainda almejando
Que aquele doce aroma
Volte, algum dia e preencha
A valsa alegre
Que montei pra você...



E o tempo se arrasta em minutos
Nessa
tarde de verão
Um tanto tímida e calorenta
Entre cinzas e bafos...

Atormento o relógio
Com meus olhares mendicantes
Embalando meu desejo
Em ritmo cândido
Nessa espera incessante
Por teus beijos e abraços...

E a noite vem
E morena
Derruba seus cabelos negros
Sobre o céu esperançoso
Dividindo seus brilhantes olhos
Em mil estrelas
E dentre elas algumas mais infinitas
Para guiar tua jornada
Entre as árvores e a estrada
Rumo ao aconchego
Do meu amor perfumoso...

Turvo o vidro
Com meu hálito agitado
E sobre os campos
Ecoa o descompasso em meu peito
E danço
Em honra da Dama da Noite
Tentando apressar a tua chegada...


E a saudades corre sobre o espelho d'água de minha existência
Trazendo os teus olhos a cada amanhecer.
Há de se fugir?
Ou de me contentar, então?
Ah! Isso não!
O coração quer amor teu
E não de qualquer um, vilão, por aí...
Assim, assim sem eira nem beira...
Recheadinho de contradição.

Saudade dói...
Amar também...
E os dois valem a pena,
só pra esperar quando você vem...

E eu fico aqui só na espreita
esperando na rede,
assim, bem matreira
com sorriso de lado a lado, faceira,
você em sua costumeira meiguice,
me beijar...



... E eu empresto meus ouvidos e memória,
Para que em minha companhia recobre o que lhe pertence,
Em todo o colorido e melodia...
E se não te recordas do meu consolo
Ofereço-te mais uma vez a tua história
Com o mesmo colorido,
Fazendo das tuas as minhas palavras,
Vendo-as escapar entre meus lábios.


Mudanças... Sempre são boas... Mudei de endereço, e algumas definições de postagem também irão mudar...Mas os poemas, ah... meus poemas amados, estes vão sempre continuar.